29 outubro 2009

Afinal o que é a Depressão...

Um estudo feito na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) concluiu que tomar baixas doses de antidepressivos altera o humor de pessoas saudáveis. Elas se irritam menos e ganham mais tolerância e eficiência.

A pesquisa analisou 120 voluntários rigorosamente saudáveis – eles não poderiam ter pais, irmãos, avós, tios ou primos com nenhum sintoma de doença psiquiátrica. Por 12 semanas eles tomaram aleatoriamente duas pílulas. Uma continha 40 miligramas de antidepressivos – doentes usam doses a partir de 75 mg – e a outra não tinha nenhum princípio ativo. Depois, especialistas analisaram as mudanças em diversas áreas da saúde mental e física – agressividade, personalidade, sono, alimentação e o cérebro.

Pessoas saudáveis passaram se irritar menos e tolerar mais as situações adversas após iniciar tratamento com antidepressivos

Nas semanas em que tomaram os medicamentos, cerca de 30% dos voluntários apresentaram sensíveis melhoras no humor. Eles passaram se irritar menos e tolerar mais as situações adversas. Além disso, passaram a prestar mais atenção em suas tarefas diárias. No trabalho, eles ficaram menos aflitos com as exigências simultâneas e erraram menos. Nas semanas em que não tomaram os remédios, não relataram mudanças.

Entre os efeitos colaterais da medicação estavam sono picado – os pacientes passaram mais momentos da noite com sono leve – e aumento ou diminuição do apetite. Esses efeitos aconteciam com todos os pacientes que passaram pelo tratamento.

Os pesquisadores não sabem explicar por que os remédios causaram essas mudanças, nem por que as alterações aconteceram somente com um terço dos voluntários. Essas pessoas eram menos medrosas, irritadas e impulsivas e mais resilientes – aceitavam com mais facilidade e resignação os problemas da vida.


Humor inesperado
A pesquisa foi feita para esclarecer porque alguns pacientes psiquiátricos que tomavam antidepressivos ganhavam um humor melhor enquanto recebiam o remédio do que antes de ter a doença. Os resultados mostram para os médicos que o bom humor, em muitos casos, é um efeito extra do remédio.

A utilização de voluntários normais é uma rotina no teste de efeitos de medicamentos. “Não estamos propondo que as pessoas saudáveis usem antidepressivos – não queremos mudar o seu temperamento”, esclarece o professor da FMUSP, Valentim Gentil Filho, responsável pelo projeto temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). “Não há nenhuma indicação médica para tratar pessoas normais - a medicina se preocupa com a prevenção ou o tratamento das doenças.”

Para explicar as descobertas e discutir com a sociedade as questões éticas, científicas, filosóficas e biológicas que a pesquisa levanta, o grupo vai realizar no dia 14 de novembro um simpósio aberto a interessados no assunto.

Fonte: BOL Notícias

É dificil discutir com a ciência comprovada, casos controle, casos coorte, e respeito muito à farmacovigilancia, mas também tenho que admitir que minha preocupação quanto a vigilãncia orientada para problemas especificos de estudos de qualidade da prescrição, oferta de medicamentos e principalmente o uso desses não relacionado á um diagnóstico bem orientado é preocupante. Ainda é muito novo para mim essa questão de farmaco, mas tenho que admitir que insisto no tratamento terapeutico com qualidade.
Até a primeira metade do século XX os recursos terapeuticos para os portadores de doenças mentais eram muito limitados. Esses recursos incluiam eletroconvulsoterapia, tratamento de choqueinsulinico e algumas substancias depressoras inespecificas ao sistema nervoso central como o bormeto de sódio e os barbituricos. As internações prolongadas praticamente sem perspectiva de alta, nos hospitais psiquiatricos ou em asilos eram a unica alternativa para esses pacientes, algo que ainda vemos hoje.
foi apenas nos anos 50 que surgiram as drogas psicoativas efetivas e relativamente seguras, marcando o inicio da chamada revolução farmacologica da psiquiatria.
Eu prefiro então, ainda acreditar que as principais indicações para o uso de antipsicoticos devem ser relacionados apenas em situações de emergencia: transtorno psicoticos, transtornos mentais organicos com delirios e alucinações, pois a depressão ainda deve ser vista como uma doença que pode ser tratada com psicoterapia, dependendo da gravidade, não desvalorizando seus sintomas intensos, mas se certificando sob todos os aspectos antes de condiciona-la a antidepressivo.
A Depressão é diagnosticada, considerando o todo da pessoa, no sentido físico, psicológico e social. Convém ter em mente que os sintomas depressivos podem fazer parte de outras doenças (ex. doença de Parkinson, doenças da tireóide, supra-renal e outras), resultar do uso de certas substâncias (álcool e outras drogas) e de alguns medicamentos (para a tensão arterial, hormonas e outros). O médico deve investigar não só os acontecimentos traumáticos da vida do doente, mas inquirir também acerca dos medicamentos que este está tomando e da existência de outras doenças habitualmente associadas é Depressão. E ai sim, só depois disso, com uma postura ética, decidir junto com o paciente o melhor tratamento.

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