11 agosto 2010

Psicologia Social – Quem são os Loucos?

Nossa, tenho tido tão pouco tempo para dividir com vocês minhas idéias, descobertas no meu curso intenso e apaixonante que estuda e analisa a mente humana.

Mas, ao inciar esse semestre não poderia deixar de comentar aqui sobre nossa experiência em visitar o manicômio judiciário de Franco da Rocha.

No primeiro semestre já estivemos la mas em circunstancias diferentes. Participando de eventos que nossa universidade costuma realizar com as pacientes da colônia feminina com transotrnos mentais em datas festivas, natal, festa junina, etc.

Mas agora, a abordagem será mais focada em pesquisa de campo.

Vamos conhecer a  história de alguns pacientes do Manicômio Judiciário de Franco da Rocha, assim como o histórico desse Hospital de Custódia que é o maior abrigo de doentes mentais do Brasil. Abrigando enfermos que cometeram delitos inimputáveis, o Manicômio de Franco da Rocha passou de “um dos mais importantes hospitais-presídio da América Latina” a um “depósito de loucos com superlotação”.

É uma instituição pública mantida pelo governo, vinculada à secretaria da administração penitenciária, através da coordenadoria dos estabelecimentos penitenciários.

As principais enfermidades dos habitantes do manicômio são: esquizofrenia, psicose, epilepsia, transtornos delirantes e psicopatia e eram consumidos mensalmente 123.200 psicotrópicos e as consultas geravam em média 1.600 receitas ao mês. O antipsicótico Haldol é o mais indicado pelos psiquiatras, seguido do Neozine e do Diazepam. Os medicamentos agem no combate às alterações depressivas e eufóricas de humor, aos delírios de perseguição, às vozes que geralmente ameaçam ou dão ordens e às alucinações auditivas. Os efeitos colaterais dos remédios são: convulsões, sedação, déficit de atenção, reações alérgicas, Parkinsonismo e o sistema endócrino com o ganho de peso.

As primeiras visitas nos eventos festivos ja nos transmite uma sensação de abandono total e carência tão comum quanto a que ja conhecemos no que diz respeito a penitenciárias públicas. Ficamos a indagar e a refletir tantas coisas…

Minha experiência em relação à saúde mental iniciou-se quando me candidatei a participar da vinda das pacientes do manicômio aqui na universidade. Eu não sabia como iria reagir ao chegar no manicômio então, achei que participando da vinda delas aqui, eu estaria de certa forma me preparando para ir até lá. Puro engano, parece que mesmo todo tempo de dedicação nos estudos ainda é pouco para enfrentar uma realidade que nos assombra, é tão comum, pois não conseguimos dizer até que ponto não estamos propícios a tais patologias, transtornos e casos tão real.

Acredito muito em promoção a saude mental, eu tenho que acreditar nisso, em sua prevenção, cura, reabilitação ao meio social mesmo que na pratica ao olhar para cada um dos pacientes ali dentro daquele lugar nos faça sentir a dificuldade em lutar por um tratamento mais adequado e que proporcione resultados mais positivos.

É importante lembramos que a doença mental tem passado por diversas fases dentro da história da humanidade, a loucura sempre foi tratada como uma forma de exclusão social, na época da Renascença, como descreve Foucalt no livro A história da loucura, existia a Nau dos Loucos, um barco que levava sua carga insana de uma cidade para outra. As cidades os escorraçavam em seus muros, os deixavam correr pelos campos distantes quando não eram confiados a grupos de mercadores e peregrinos. Acontecia de loucos serem chicoteados publicamente. Foi então que em 1656, criou-se o Hospital Geral. Em meio a tantas mudanças não tão nitidas, fico aqui me perguntando em plena epoca de eleições: aonde estão os governantes que insistem em campanhas mentirosas e promessas infundadas nos meios de comunicação? Se nos aprofundamos nas reais necessidades do povo, o que encontramos?

Até que ponto as questões sociais são transplantadas para o interior do partido? Tais partidos se realizam no plano político? Assumindo o poder, mobilizam a sociedade e prometem o que cumprem nas campanhas? Possuem um projeto ideológico claro de conhecimento da sociedade? Isso fica explicitado nos mesmos veículos de comunicação que utilizam em suas campanhas de forma menos demagógica? Eles conhecem nossos reais problemas sociais? Os seus projetos são claros e bem definidos e de fácil acesso ao leitor? Ao eleitor? Quem realmente são os loucos aqui? Você? Eu? Ou eles?

Essa reflexão vai longe, prometo mante-los informados da nossa pesquisa..até a próxima.

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