11 julho 2009

A Casa do Delirio.Tavolaro, Douglas. Senac.SP 2002.

Quando eu morrer que não seja só de tédio… essa frase muito me marcou ao ler esse livro tão cheio de relato humano de um grande jornalista que soube olhar através do que vai além da razão para a miséria,injustiça,desprezo,indiferença,carência,intolerância,sofrimento,e falta de consciência com a mais profunda realidade de qualquer ser humano de pacientes simplesmente extintos da sociedade e isolados feito bicho… quanta arbitrariedade.

Mas, não posso deixar de afirmar que antes de iniciar um pequeno trabalho voluntário como estagiária dentro do manicômio com a Margarida, uma profissional que está acima de qualquer subjetividade, fiquei um pouco arrependida de não ter lido essa bibliografia antes, mas agora vejo que foi a melhor coisa ter lido depois do evento da festa junina na colônia feminina. Pois pude ter o privilégio de observar os pacientes apenas como seres humanos tão próximo de qualquer outro em sua simultaniedade. Indago: A loucura é uma denúncia? inquieta porque prova  que algo funciona mal?  Explico:

Ao chegar la, totalmente limpa e pura de informações mais profundas, me senti mais tranquila ao deixar la fora dogmas e preconceitos totalmente desnecessários onde ja não cabe mais.

Ao me deparar com as pacientes da colonia feminina pude trata-las como pessoas que num primeiro momento, um pouco distantes, nos exige apenas atenção, carinho, e tratamento digno.

Afinal os recursos terapêuticos terminam por serem tão insuficientes…que não poderia me dar ao luxo de tentar algo muito além de NORMALIDADE.

A ausência da família foi uma das coisas que mais me tocou, num determinado momento de visita, esperava que aquela colonia lotasse de familiares…. Meu Deus, como é gritante a revisão da estrutura familiar desde suas origens para se começar a entender certas consequencias, principalmente no que diz respeito a dor que isso implica. Lamentavelmente, isso não é sempre possível ja que a família possui uma resistência que se opõe a qualquer outro comportamento e atitudes. São eles os primeiros a possuirem normas e idéias tendenciosas, no sentido de perpetuar usos e crenças ja imposto pela sociedade totalmente ideológica. Claro que é bem fácil concluir então que a família daqueles paciente passa a ser apenas aqueles que o cercam no dia a dia, qualquer um… eu, você, os médicos, os guardas, os próprios colegas de tratamento, emfim… pessoas que estejam dispostas a dispor um pouco de qualquer acolhida, SALPICADA COM SIMPATIA E HUMANIDADE.

APENAS POR UM ÚNICO DIA PUDE APRENDER UMA LIÇÃO QUE LEVAREI PARA TODA A MINHA VIDA ACADÊMICA e que me volta a memória ao viajar nessa leitura tão rica em detalhes verdadeiros: O ENFERMO MENTAL É UM SER HUMANO QUE SOFRE. PARECE SIMPLES NÉ? REDUNDANTE, MAS DEVO LEMBRA-LOS DE RENE DESCARTES: PENSO, LOGO EXISTO, OU AINDA SOCRATES: CONHECE-TE A TI MESMO?

Agora, no começo dos meus estudos sobre a psyche prefiro ainda deixar de lado, pelo menos enquanto posso, essa mania ignorante de descrever detalhes técnicos e científicos de síndromes, a qual transforma o paciente em um objeto enquadrável.

Monólogos da Razão sobre a loucura(Focault), ficarão para mais adiante….nos próximos semestres, rs Ou como diz a própria Margarida coisificados.

Sugiro essa leitura para todas as pessoas que querem se conhecer melhor no sentido de até onde realmente nos conhecemos, sabe?

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Nunca somos mais a mesma pessoa ao ler um livro.

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