16 junho 2009

Psicologia e Genética

To meia puta da vida, com minha nota de seminário de Biologia, pesquisei, estudei, segui todas as regrinhas de metodologia de pesquisa para realização de uma seminário, para ganhar um 1,4? porque não obtivemos a nota 2? Que saco...bem que disse um amigo Renam, que eu não tinha que me envolver em Biologia e Anatomia, minha cara mesmo é Filosofar.... mas fazer o que, ....não poderia dormir inconformada com isso e ca estou eu....

A genética comportamental é uma disciplina científica que estuda os mecanismos genéticos e neurobiológicos envolvidos em diversos comportamentos animais e humanos. Podemos caracterizá-la como uma área de intersecção entre a genética e as ciências de comportamento.

A engenharia genética forneceu as ferramentas necessárias ao estudo do comportamento associado à genética molecular. Isto permite que, progressivamente, possamos avançar na identificação de genes capazes de modular certos comportamentos, e de entender como estes genes interagem com o ambiente na formação de traços normais e patológicos da personalidade humana.

O impacto dessa área de conhecimento na Psicologia é tremendo. Estamos vivendo uma verdadeira revolução no entendimento das causas do comportamento. No entanto, a Psicologia, particularmente aqui no Brasil, parece desconhecer estes avanços. Um conjunto de premissas teóricas e metodológicas que podemos chamar de “modelo padrão de causalidade do desenvolvimento da personalidade” exerce um efeito profundo sobre a população leiga e, infelizmente, na maioria dos profissionais em psicologia. A expressão “efeito paradigma” cunhada pelo cientista social Joel Barker aplica-se neste caso- o paradigma tradicional filtra a percepção de modo a impedir a emergência de um novo paradigma.
A história da rejeição dos achados da genética tem um ponto importante nas idéias nazistas. O azismo tentou usar a genética para amparar sua teoria da superioridade ariana, considerando como seres inferiores os negros, ciganos, eslavos, retardados e deformados, justificando assim o seu envio para campos de extermínio. É desnecessário comentar que essa interpretação é pura fantasia de mentes doentias e não tem qualquer embasamento científico.
A psicologia americana na época da segunda guerra mundial era radicalmente ambientalista, e em função da associação “nazismo-genética” afastou-se ainda mais dessa ciência. Admitir diferenças genéticas entre João e Pedro em habilidades cognitivas, por exemplo, seria aceitar os pressupostos que justificariam o fascismo e o racismo. Até hoje encontramos essa concepção no meio acadêmico de esquerda da Psicologia. Apesar de partilhar da preocupação em rechaçar ideologias de extrema direita, acredito que não é mais possível sustentar este tipo de crítica à genética pois é baseada em um equívoco grosseiro.

Uma outra concepção que afasta as pessoas do reconhecimento das contribuições da genética comportamental é a posição já ultrapassada do “determinismo genético”, combinada ao que é referido na literatura (Rachels, 1991) como “falácia naturalista”. O “determinismo genético” postula que certos aspectos nossa personalidade e nosso comportamento seriam definidos por nossos genes, de modo inescapável. Essa posição está completamente ultrapassada, sabemos hoje que todo comportamento depende, em maior ou menor grau, de fatores genéticos e de fatores ambientais, interagindo de maneira extremamente complexa.
Bom, minha conclusão é a seguinte:
A psicologia enquanto ciência que tem por objeto de estudo o comportamento não pode apegar-se a premissas empiricamente insustentáveis simplesmente por tradição de pensamento com raízes históricamente profundas. Um exame atento da história da evolução das teorias científicas mostra que um novo paradigma demora até ser assimilado, especialmente se revela aspectos anti-intuitivos, que não combinam com nossas formas já estabelecidas de explicar o universo. Uma visão renovada e interdisciplinar certamente será mais produtiva para compreender a complexidade da causalidade do comportamento, mesmo que essas novas premissas sejam assustadoramente antagônicas à nossa compreensão intuitiva.
Emfim, a biologia na Psicologia só veio para me ferrar, é isso .... basicamente isso.

0 comentários:

Postar um comentário

Template by:

Free Blog Templates