Escolhas, escolhas, escolhas…. Todos os dias nós temos que fazer inúmeras escolhas, optar por diversas situações que já nem damos pelo que fazemos.
E cada vez mais se vai tornar difícil escolher. Por onde quer que passemos, para onde quer que olhemos, temos tantas hipóteses de escolha que às vezes não é nada fácil tomar uma decisão. Até quando vamos a um restaurante temos dificuldade em escolher o que vamos comer! E note-se, em princípio só temos que
escolher algo que gostamos.
Mas talvez aí se encontre o nosso problema. De que é que nós gostamos?! Do que é que eu gosto?! Se a pergunta for feita assim, com certeza a pessoa a quem perguntamos isso vai responder qualquer coisa como “gostar de quê? Gosto de tanta coisa…” Mas conseguiu ela explicitar de que é que gosta?! Talvez não. Então é de se admirar. A cada dia que passa somos invadidos por tantas coisas novas que nem sequer damos conta… basta pensar na nossa rotina, ou não, diária!
Quando lavamos os dentes de manhã lavamos com aquela pasta, mas porquê aquela?! Enquanto estamos a tomar o pequeno-almoço comemos aqueles cereais e bebemos aquele leite, mas porquê aqueles dois?! Entretanto, já a caminho do trabalho ou da faculdade tivemos o azar de escolher aquele caminho, aquele que naquele momento está com mais trânsito, e pegamos nosso celular, daquela marca para avisar que vamos chegar atrasados. Mas porquê aquela marca de celular e aquele modelo. E o dia ainda mal começou e já estamos fartos de fazer escolhas…
Já em frente ao nosso computador olhamos para o desktop que mostra uma imagem que “sacamos” ontem do google e escolhemos qual o jornal diário que vamos começar por ler. Lemos e-mails, respondemos, vemos umas newsletters interessantes e acabamos a decidir a quem vamos enviar aquele link daquele site interessante. Quando pensamos em tudo o que já vimos, chegamos à conclusão que apenas em 20, 30 minutos conseguimos navegar, escolher, optar e interagir com inúmeras coisas vastas da web.
E assim foi. Depois de dar o e-mail, pensei eu que ia pedir a minha pizza, pensei eu…
Pois que quando dou por mim tive que fazer tantas escolhas que quase perdi a fome!
Primeiro fiz a escolha do tamanho da pizza, mas, se por acaso vivesse no outro lado da cidade podia aproveitar uma promoção que estavam a fazer. Depois tive que escolher qual o tipo de massa que prefiro ou da promoção. E continuei com as escolhas… Se eu quiser uma pizza personalizada é só seguir os passos! Escolho a massa, escolho o tamanho, escolho o molho, escolho os ingredientes (até tenho um ingrediente especial!) e quase que lhe consigo dar o meu nome!
Claro que com tanta informação, da próxima vez que ligar para lá basta dar o meu número de telefone que já sabem como eu me chamo! E não é bom?! Ligar para a Telepizza e poder ser tratada pelo nome próprio! Fantástico!
Se me registrar na American Air Lines também sou tratada pelo nome e ainda recebo newsletters e e-mails com promoções sobre os meus destinos preferidos. Só que antes de me registrar em qualquer site que seja do meu interesse eu faço inúmeras escolhas de modo a que toda a informação que eu receba seja apenas E assim vivemos na sociedade de informação. Uma sociedade em que se torna impreterível saber fazer uma escolha em função da informação recebida. Aquilo que nós vamos transformar em conhecimento, o nosso know-how é igual à pizza que nós fazemos. A nossa vivência, os nossos gostos, a nossa experiência vão determinar aquilo por que nós optamos!
Quanto mais informação se recebe, mais teremos que escolher. Mas também só podemos escolher se estamos certos daquilo que procuramos e daquilo que queremos.
É tal e qual a sociedade de informação. Os dados estão lá, a matéria prima está lá. Eu só tenho que selecionar, escolher aquilo que preciso para transformar em conhecimento. E é esse conhecimento que me vai fazer escolher aquela pasta de dentes, aqueles cereais, aquele caminho para o trabalho ou para a faculdade.
Ta tudo por aí. Ta tudo no menu. Podemos escolher o que quisermos. Depois só temos que saber como utilizar os ingredientes do conhecimento. E ainda se esse conhecimento ou o que fizemos dele vai nos acrescentar algo bom, enriquecedor, isso é uma escolha, pessoal, individual, basta agora refletirmos naquilo que gera transformação, enriquecimento intelectual e produtivo. E nem sempre essas escolhas tão rodeadas de influências são fáceis. Aquilo que leio, que absorvo será decidido pelas minhas experiências e pelo meu conhecimento, o que vou guardar e aprender de bom, o que vou querer que me sirva como exemplo e merecedor de se valorizar.
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